You are on page 1of 15

A fotorreportagem

Origens da fotografia como documento


jornalístico
História do Jornalismo
1º semestre de 2011
Prof. Marcel J. Cheida
As Ruínas de
Hamburgo, foto de
Carl Fiedrich
Stelzner foi
produzida em 1842
e publicada na The
Illustrated London
News e é
considerada a
primeira foto
jornalística, ao
revelar as ruínas
do incêndio que
destruiu um bairro
da cidade de
Hamburgo,
Alemanha.
Primeiras fotos
• The Illustrated London
(1842) News foi a
primeira revista européia
a publicar fotografias.
• Foi pioneira na cobertura
da guerra da Criméia
(Inglaterra x Turquia, na
região dos Balcãs –
1854/55). O fotógrafo era
Roger Fenton.
• Edição semanal.
Fotojornalismo e a guerra
• O fotojornalismo nasce com a cobertura da
Guerra da Criméia (Inglaterra x Turquia, nos
Balcãs)
• Em 1853, os russos invadem as províncias
turcas do Danúbio (atual Romênia) e ganham o
controle do Porto de Sinope, no mar Negro. No
ano seguinte, França e Reino Unido declaram
guerra à Rússia, seguidos por Sardenha.
• As fotos geravam ilustrações e gravuras, as
quais eram publicadas.
• Roger Fenton, inglês,
trabalhava para o Museu
Britânico e é considerado o
primeiro repórter fotográfico da
história do jornalismo.
• As fotos pioneiras da Guerra da
Criméia foram encomendadas
por um empresário britânico,
Thomaz Agnew, numa época
em que a fotografia adquiria o
status de documento da
realidade (objetividade).
• A guerra era vista como
epopéia, como campo e
oportunidade da conquista da
honra e da criação de heróis.
Fenton levou a revelação e
a ampliação da foto para o
campo de batalha.

As fotografias de Fenton
não mostram o horror, a
morte, a dor.
Os 300 negativos (que
restam de 360) são
imagens de soldados e
oficiais, muitos
sorridentes, posando para
as fotos. Fenton revelava
os filmes num quarto
escuro montado numa
carroça.
1855 - O fotógrafo
oficial do Museu
Britânico, Roger
Fenton, é convidado
pelo editor Thomas
Agnew, da publicação
The Illustrated London
News, para cobrir a
guerra da Criméia. As
fotos foram publicadas,
como gravuras,
também, no Il
Fotografo, de Milão,
Itália.
Guerra e imprensa
• Em 1850, 240 jornais diários somavam tiragem de 750
mil exemplares nos EUA.
• 1863 / 1865 – Guerra da Secessão eleva a tiragem de
quase todos os jornais norte-americanos e consolida o
telégrafo como fundamental meio para emitir e veicular
mensagens noticiosas às redações.
• A Guerra da Secessão foi o evento mais fotografado até
então. O norte-americano Mathew Brady faz a cobertura
da Guerra Civil Americana e torna-se um dos primeiros
fotojornalistas das Américas.
Mathew Brady (1823/1896), fotógrafo freelance,
trabalhou para o candidato Abraham Lincoln, eleito
presidente dos EUA em 1860 (1861/1865), cujas
decisões resultaram na Guerra da Secessão.
Brady criou novos ângulos e se dedicou a fotografar os
americanos anônimos, gente do interior.
Entre seus colaboradores, estava Alexander Gardner,
que rompe com Brady por causa dos direitos autorais
das fotos.
Alexander Gardner (1821-1882) é
considerado por vários historiadores
como o primeiro fotógrafo a manipular as
cenas para obter a foto pretendida.
A foto à esquerda registra um corpo de
um soldado morto que teria sido mudado
de local para Gardner fazer várias fotos.

A Guerra Civil norte-


americana é motivo para
consolidação do
conceito moderno de
reportagem. A atenção
dos jornais sobre o
conflito moldar os
processos de apuração,
registro, documentação
e entrevistas
transmitidas por
telégrafo.
• 1880 - Publicação da primeira fotografia pela
imprensa, na capa do jornal Daily Herald, de
Nova Iorque (EUA). Mas somente no início do
século XX o uso de fotografias nos jornais e
revistas torna-se comum.
• A fotografia é publicada pela primeira vez na
imprensa no Brasil em 1900, quando o Jornal
do Brasil lança o suplemento Revista da
Semana. Já os jornais diários, a exemplo do que
acontecera no exterior, levam mais tempo para
se adaptar. A revista ilustrada é, portanto, o
principal meio para a publicação de fotografias
na imprensa, contribuindo assim para difusão de
um novo código visual.
Daily Mirror, Inglaterra,
fundado em
1903, por Lord
Northclife, inovou ao ser
o primeiro jornal diário a
publicar fotografias.

Até então, somente as


revistas publicavam
fotos. Os jornais, por
razões econômicas,
publicavam gravuras
Edições de julho de 1904. copiadas das fotos.
O químico francês Chevreul é
entrevistado (1886) por Nadar, pai,
enquanto o filho, Paul Nadar (1820-
1910) os fotografa.
Paul Nadar é reconhecido como um
dos mais importantes fotógrafos
europeus, pela originalidade dos
enquadramentos.
P. Nadar se notabiliza por retratar as
pessoas e explorar as feições e
expressões características de cada
pessoa.
Ele é quem faz a primeira fotografia
aérea (1858) e a primeira foto com
iluminação artificial (os esgotos de
Paris).
Foto denúncia

Huynh Cong Út (Nick Ut), fotógrafo da Associated Press, ganhou Pulitzer


com essa foto, das crianças vítimas de bombardeio em aldeias civis no
Vietnam. A Força Aérea lançava napalm, um tipo de bomba incendiária.
Foto de 08 de junho de 1972.
O fotojornalismo contemporâneo ainda tem nas guerras cenários dramáticos e
de horrores que contribuem para intensificar ou para os conflitos.
As duas funções básicas do fotojornalismo: ilustrar e documentar.
Foi a fotografia que tirou o mito de epopéia e heroísmo das guerras, no século
XIX, quando as primeiras fotos sobre os corpos dos soldados mortos e
mutilados foram publicadas nas revistas semanais. Foto de Eddie Adans (AP):
General Nguyen Ngoc Loan, o chefe da Polícia Nacional do Vietnã do Sul,
executa um oficial Vietcong à paisana em 01 de fevereiro de 1968.

You might also like