You are on page 1of 25

Bioeletricidade

Mariana Azpiazu
21 de maio de 2007
Termodinâmica
Panorama do Setor Elétrico

Atendimento: 8,5 milhões


km² , 185 milhões de
habitantes
Potência(2004): 90.000
MW –
Produção: 44.000 MWm
Demanda Máxima: 57.000
MW
Geração:11 empresas 15%
privadas
Transmissão: 26 empresas
(17 privadas)
Distribuição: 64 empresas
80% privada

Fonte: CoGen Termodinâmica


Energia Elétrica

Oferta X Demanda
Existe disponibilidade de oferta no curto prazo
A oferta é dependente da hidrologia
O novo modelo, em implantação, tem foco na modicidade tarifária
Existem riscos de déficits estrutural de oferta, no médio e longo prazo, que são
crescentes e sinalizam alerta para o mercado
É imperativo viabilizar condições para realizar novos investimentos

A bioeletrecidade é uma alternativa para ampliar oferta e afastar riscos de


desabastecimento
Fonte: CoGen Termodinâmica
Bioeletricidade

Energia elétrica cogerada a partir da biomassa, com previsibilidade e qualidade de


oferta assegurada, que agrega valor à indústria canavieira, de papel e celulose, de
equipamentos para geração distribuída e para a geração centralizada
(complementaridade de oferta regional localizada), com benefícios econômicos,
ambientais e sociais.

Energia Elétrica

Previsibilidade
Benefícios
Qualidade

Econômicos Ambientais Sociais

Fonte: CoGen Termodinâmica


Matriz Energética

Plano Energético Nacional ANO

Objetivo: Estabelecer estratégias de longo prazo para a expansão do sistema energético


nacional, tendo em conta as diretrizes da matriz energética

Total 213,4 x 106 tep


Energia Elétrica
44% de fontes renováveis
Total 387,5 TWh
Derivados da 87% de fontes renováveis
Cana-de-açúcar Outras
Lenha e Carvão 13,5% Renováveis
Vegetal 2,7% Biomassa
13,2% 4,2%
Petróleo e Outras
Hidráulica e Hidráulica
Derivados 0,1%
Eletricidade 39,1%
82,8%
14,4%
Derivados de
Petróleo
3,2%
Urânio (U3O8) e
Derivados Gás Natural
Gás Natural
1,5% 8,9% Carvão 5,0%
Carvão Mineral e Urânio Mineral
Derivados 3,0%
6,7%
1,7%

Fonte: Empresa de Pesquisa Energética Termodinâmica


Novo Modelo (Matriz Energetica)
2003/2004

Segurança de suprimento: toda demanda deve estar 100% contratada e


todo contrato deve ser respaldado por capacidade de geração física (lastro)
Modicidade tarifária: toda contratação das distribuidoras (consumidores
cativos) é feita por licitação (leilão). É permitida contratação bilateral
( geração distribuída) até 10% da carga do sistema da Distribuidora
Obrigação de contratar: verificação “ex-post” integral dos últimos doze
meses, com multa por sub-contratação
Usinas hidrelétricas (UHE): energia assegurada com metodologia
regulamentada –modelo anterior
Usinas térmicas (UTE): capacidade disponível (anterior novo modelo) e
energia assegurada (novo modelo) -metodologia regulamentada em 2004
Bioeletricidade (UTB):inserção na Matriz Energética (Proposta COGEN-SP e
UNICA),
Biomassa Setor Nº Usinas MW (Nominal) Ranking %
Bagaço de Cana Sucro-Alcooleiro 218 2233 71,40
Licor Negro Papel e Celulose 12 667 21,32
Madeira Floresta 23 201 6,42
Biogás Saneamento 2 20 0,64
Casca de Arroz Agrícola 2 7 0,22
Total 257 3128 100,00
Fonte: CoGen Termodinâmica
Desafios

Política energética: foco na modicidade tarifária (concessão de UHE pela


menor tarifa) e no equacionamento do défict de oferta de gás natural
Licenciamento: incertezas nas hidros com forte presença do ministério
público nas questões sociais e ambientalistas>> atrasos e maior custo
Riscos para investidores: modicidade tarifária pode afetar a rentabilidade
e as incertezas no licenciamento podem aumentar os custos
Economia: política de juros altos é um desafio para assegurar rítmo no
crescimento de demanda
Geração:dependência na viabilidade dos grandes projetos de UHE (região
amazônica), na oferta de gás natural para UTE (NE/SE) e de carvão UTE (Sul)
Transmissão: necessidade de novas linhas de longa distância para
interligação N/NE, N/SE e SE/S com elevação de custos para os clientes
(TUST)
Geração distribuída(GD): oportunidades para oferta complementar
localizada e de curto prazo(bioeletricidade e autoprodução a gás)

Fonte: Insercao_Bio_Mat_Energ_21112005
Termodinâmica
ProInfa
Programa de Incentivo as Fontes Alternativas de Energia

Criado em 26 de abril de 2002


Coordenado pelo Ministério de Minas e Empreendimentos Contratados
Energia (MME),
Total 3300 MW
Estabelece a contratação de 3.300 MW de
energia no Sistema Interligado Nacional Eólica 1423 MW
(SIN) PCHs 1190 MW
Energia produzida por fontes eólica,
Biomassa 685 MW
biomassa e pequenas centrais hidrelétricas
(PCHs), sendo 1.100 MW de cada fonte. Fonte: Eletrobras, Agosto de 2005

Valores
Fontes
Econômicos
Combustível Área 01 Área 02
(R$/MWh)
Biogás 166,31 170,12
Setor Arrozeiro 108,17 112,67
Biomassa
Setor Madeireiro 116,05 121,85
Setor Sucroalcooleiro 119,61 93,77

Sem Distinção de Tecnologia!

Fonte: MME, 2004 (Portaria 45 de 30/03/2004)


Notas: I - Área 1 - Áreas abrangidas pelas extintas SUDAM e SUDENE
II - Área 2 - Demais áreas do País
Termodinâmica
Geração de Eletricidade a partir do Bagaço de
Cana

1975 - início do Proálcool


Utilização de sistemas de geração ineficientes
2000 - fim da vida útil destes equipamentos
Momento de troca de equipamentos - utilização de tecnologias mais eficientes
para geração de energia
Tecnologias eficientes - investimento maior
Necessidade de incentivo aos empreendedores
Gerenciamento técnico (agrícola e industrial)
Otimização de sistemas para corte, carregamento e transporte da cana
Avanços em automação industrial
Técnicas de cultivo e preparo do solo; mecanização
2002
Capacidade instalada: 1.700 MW
Excedente comercializado: 291 MW
2004
Capacidade instalada: 2.170 MW
Excedente comercializado: 350 MW
Fonte: Insercao_Bio_Mat_Energ_21112005
Termodinâmica
Vantagens e Oportunidades

Há espaço para ampliar a demanda interna e de exportação para o açúcar e


o etanol (flex-fuel) >> a área de produção de cana será ampliada e
regionalizada
73 novas usinas de açucar/etanol serão construídas até 2013
o custo de cogerar (bioeletricidade) é uma parcela adicional daquele
previsto para a produção de açúcar e de etanol
Os projetos terão caldeiras de alta pressão ( > 62 bar) e as moendas
eletrificadas>> maior oferta de vapor >> mais bioeletricidade
Indústria nacional tem tecnologia e está capacitada para atender a
demanda adicional (Dedini, TGM, Sermatec, Siemens e outras)
O tempo de implantação da bioeletricidade é inferior a 20 meses
A conexão elétrica é direta no sistema de distribuição-138 kV5. O período de
safra complementar ao ciclo de geração hidrelétrico
Existe potencial e possibilidade de comercializar créditos de carbono

Fonte: Insercao_Bio_Mat_Energ_21112005
Termodinâmica
Desafios

Açúcar
Abertura dos mercados protegidos (EU, Japão, EUA)
Saúde: associação açúcar/obesidade
Etanol
Mercado Interno: tributação do flex-fuel; racionalização do ICMS; revisão do
PIS-COFINS; combate à adulteração
Mercado externo: desenvolvimento dos mercados
Questões estruturais
Estoques de passagem e reguladores
Infra-estrutura; financiamento da expansão
Definições (governo) em energia: co-geração, combustíveis

Fonte: A cana e a questao Ambiental; aspectos


Termodinâmica
Socio-Ambientais da nova modalidade de energia
Situação Atual

Safra 04/05:
Safra 2004/2005: 400 milhões tons
Produção de álcool total:15 bilhões de
litros
A cana-de-açúcar é responsável por
14% da energia primária usada no
Brasil, no entanto, o álcool, seu
principal produto energético,
representa menos de 4% do consumo
final de energia no país. Segundo o
INEE, essa diferença deve-se ao uso
ineficiente da biomassa da cana. Se
processada corretamente, a produção
de bioeletricidade ultrapassaria os 60
TWh, 1/6 da oferta brasileira de
energia elétrica.

Fonte: Insercao_Bio_Mat_Energ_21112005
Termodinâmica
Potencial Energético

Situação Futura
Safra2010/2011: 570 milhões tons
Potencial Técnico Total 2012: 8.000 MW
Potencial Técnico Total 2015: 12.000 MW217
Principal área da expansão canavieira (SP, PR, MS, GO, MG)
A demanda por esse tipo de energia deverá apresentar um aumento de cerca
de 80 TWh nos próximos cinco anos, o que exigirá a instalação de 15 mil MW
adicionais. O aproveitamento do potencial de produção excedente de energia
elétrica pelo setor sucro-alcooleiro poderá constituir parte dessa oferta
inicial.

Mercado
Internacional

Fonte: Insercao_Bio_Mat_Energ_21112005
Termodinâmica
Situação Futura

CICLOS DO SETOR SUCROALCOOLEIRO

700.000
1º CICLO 2º CICLO 3º CICLO
600.000
Produção de cana

500.000
+157.544 mil ton
400.000
(projeção)
+148.483 mil ton
300.000
+235.464 mil ton
200.000

100.000 (+6,2% ao ano)

-
64/65 69/70 74/75 79/80 84/85 89/90 94/95 99/00 04/05 09/10 12/13

Fonte: A cana e a questao Ambiental; aspectos


Termodinâmica
Socio-Ambientais da nova modalidade de energia
Indústria Canavieira - Brasil
(2004/2005)

Maior produtor de cana-de-açúcar = 5,7milhões


ha
Maior produtor de Etanol= 17 milhões de m³
Maior consumidor de Etanol= 14 milhões dem³
Maior exportador de Etanol= 2,5 milhões de m³
Capacidade Instalada de Produção = 20
milhões de m³
Safra 05/06 Centro-Sul Norte-Nordeste Brasil
Álcool 52,45% 35,52% 50,45%
Açúcar 47,55% 64,48% 49,55%

Terras atualmente destinadas ao cultivo de cana-de-açúcar para produção de


etanol e açúcar:
5,4 milhões
de hectares

Fonte: Insercao_Bio_Mat_Energ_21112005
Termodinâmica
Rendimento Agroindustrial – Brasil
(em litros de álcool hidratado equivalente por hectare)
6500
6000
5931
5500
5000
4500
4000
3500
3000
2500
+3,77% aa em 29 anos
2000 2024

1500
75
77
79
81
83
85
87
89
91
93
95
97
99
01
03
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
20
20
Fonte: Datagro
17 Nov 2005 Nastari / Datagro @ NIPE Unicamp 16
Termodinâmica Fonte: A cana e a questao Ambiental; aspectos
Socio-Ambientais da nova modalidade de energia
Curva de Aprendizado – Etanol Hidratado
2002

100

2005
(2004) US$ / GJ

1980 2004
1986
10

1990

2002
1995 1999

0 50000 100000 150000 200000 250000 300000


Produção Acumulada de Etanol (mil m3 )
Ethanol prices in Brazil Rotterdam regular gasoline price
trend (Rotterdam gasoline prices) trend (Ethanol prices)

17 Nov 2005 Nastari / Datagro @ NIPE Unicamp 17


Termodinâmica Fonte: A cana e a questao Ambiental; aspectos
Socio-Ambientais da nova modalidade de energia
Potencial da Cana de Açucar

1/3 de caldo de Açucar e etanol (608x10³ kCal)


cana

Bioeletricidade (598x10³ kCal)


1/3 de biomassa

Adubo e bioeletricidade (512x10³


1/3 de palha kCal)

Fonte: Insercao_Bio_Mat_Energ_21112005
Termodinâmica
Produção Mundial Etanol: Atual(06/07) e
Prevista(12/13)

Fonte: O Estado de São Paulo Termodinâmica


Custos

O plano são 73 usinas até a safra de 2012, um investimento total de US$


14,6 bilhões (isso inclui plantio)
O valor aproximado de uma usina é US$ 100 milhões. A caldeira de
cogeração de energia é US$ 20 milhoes.

Tecnologia: Nova Redução de Custos


Próximos anos: implementação de tecnologias comerciais (expansão do
uso)
Tecnologias novas (agricultura de precisão, processos de separação,
processos integrados para CCT, automação industrial)
Sub-produtos: energia excedente (já iniciado); etanol de bagaço e palha
Produtos derivados da sacarose (nesta década)
Perspectivas a médio – longo prazo de modificações genéticas da cana de
açúcar

Fonte: A cana e a questao Ambiental; aspectos


Termodinâmica
Socio-Ambientais da nova modalidade de energia
Produção e Consumo: Brasil (cana) vs. EUA
(milho)

Fonte: O Estado de São Paulo Termodinâmica


Impactos potenciais da cultura da cana

Desmatamento e Erosão
remoção de matas em áreas sensíveis
de alta declividade
exposição do solo às intempéries
reserva legal Uso do solo
Expansão da área plantada em SP (2002-2005) – pastagens (maioria)
pressão sobre outras culturas ? (ex. laranjais)
remoção de árvores isoladas e outros corredores biológicos
Soluções atuais: zoneamento, licenciamento e fiscalização

Emissões atmosféricas
Queimada da palha de cana
Altos níveis de MP, CO e NOx
Emissões de SOx
Emissões de CH4 (gás de efeito estufa)
Chuva ácida

Fonte: BNDES
Termodinâmica
Impactos potenciais da cultura da cana

Uso de produtos químicos


Fertilizantes: uso reduzido pelo aproveitamento da vinhaça (ferti-
irrigação) – vantagens econômicas
Pesticidas
Uso reduzido por melhoramentos genéticos
Controle biológico

Efluentes líquidos
Vinhaça e soda cáustica
Controle de nitratos, que causam eutrofização
Contaminação de águas subterrâneas

Resíduos sólidos
Torta de filtro e bagaço de cana
Disposição controlada protege o solo / fertilização
Reaproveitamento energético do bagaço

Fonte: BNDES Termodinâmica


Plano Final

O cenário de expansão da oferta mais econômico e de menor risco para o


sistema elétrico é um “mix” de hidros e térmicas
Sinergia: maior confiabilidade com menor custo de implantação e operação
Implantação: menor tempo com menor risco(ambiental e regulatório) e estratégia
adequada de investimento num ambiente de incerteza de demanda
Localização: próxima dos centros de demanda e conectada no sistema existente
Bioeletricidade: oferta complementar da geração centralizada> oferta previsível e
assegurada
Existem restrições para oferta adicional de geração hídrica (licenciamento
ambiental das usinas e linhas de transmissão)
A geração a gás (ciclo combinado) é importante e complementar, mas
existem importantes desafios a vencer na viabilização do suprimento
sustentável de gás natural, a curto e médio prazo
Existe: ”janela de oportunidades > viabilizar oferta adicional de energia
elétrica, curto e médio prazo, , que contemplará expansão na termogeração
a gás, bioeletricidade da cana e o carvão

Fonte: BNDES Termodinâmica


Bibliografia

BNDES
INEE
EPE
Dedini Industrias de Base
“A cana e a questao Ambiental; aspectos Socio-Ambientais da nova
modalidade de energia”
“Inserçao_Mat_Energ_21112005”
“Ger_Dist_Estr_Gover_Energ_01122006”
“INEE 24112005”
“CPFL_BNDES_23112205”
“FONTES RENOVÁVEIS DE ENERGIA”
ETANOL E BIOELETRICIDADE –SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS

Fonte: Insercao_Bio_Mat_Energ_21112005
Termodinâmica

You might also like