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Camilo Castelo Branco

1825 - 1890
Camilo Castelo Branco

Nasce em Lisboa a 16.3.1825


Perde a mãe aos dois anos e o
pai aos dez.
Camilo e a irmã Carolina vão
viver para Vila Real, a cargo de
uma tia paterna, Rita Emília, que
não se desvelará muito em
carinho pelos dois órfãos.
.
Camilo Castelo Branco
Quando, em 1839, a irmã casa
com o Francisco José de Azevedo,
vai viver com eles para Vilarinho
da Samardã e aí, por entre os
acasos de uma adolescência nem
sempre fácil, recebe a sua
primeira formação cultural com
as lições do P.e António de
Azevedo, irmão do cunhado, que
lhe ensina doutrina cristã, latim,
francês e língua portuguesa.
Camilo Castelo Branco
 Com dezasseis anos (1841), Camilo casa com
Joaquina Pereira de França e instala-se em
Friúme (Ribeira de Pena). O casamento precoce
parece ter sido resultado de uma mera paixão
juvenil, não tendo resistido muito tempo.

 Estimulado a princípio pelo sogro, pensa formar-se


em Medicina e matricula-se, na Escola Médico-
Cirúrgica do Porto, que frequenta de 1842 a 1845.
Em 1846, porém, já está em Coimbra,
provavelmente para estudar Direito, curso que
nem sequer iniciou. Volta a Vila Real, mas, a partir
de 1848, fixa-se no Porto, decidido a ganhar a vida
como jornalista. Num momento de fugaz exaltação
religiosa, matricula-se no Seminário daquela
diocese, com a intenção de se ordenar (1850), mas
a pretensa vocação apagava-se escassos meses
Camilo Castelo Branco

 Em 1843 nasce a sua filha Rosa.

 Em 1846 encontra em Vila Real a jovem Patrícia


Emília de Barros — sua prima — e foge com ela
para o Porto, sendo perseguido pela justiça, em
resultado da queixa dos parentes da moça

 Depois da morte da esposa (1847), Joaquina


Pereira, muda-se para o Porto e entrega-se a uma
vida de boémia, entremeada com escândalos de
carácter amoroso, ao mesmo tempo que se dedica
mais profissionalmente à actividade jornalística.
Camilo Castelo Branco
 Rosa, a sua filha legítima, morre e nasce
uma outra filha, Bernardina Amélia, fruto
da relação com Patrícia Emília.
 Dadas as circunstâncias e os costumes da
época, a criança foi exposta na roda de
Vila Real.
 Depois da separação dos pais, a menina
viveu com a mãe e mais tarde com Camilo,
ou melhor, com Isabel Cândida Vaz
Mourão, freira do Convento de S. Bento da
Avé-Maria, do Porto, que, como se sabe,
mantivera relações amorosas com o
romancista.
 Em 1850, instala-se durante algum tempo
em Lisboa e passa a viver exclusivamente
da sua actividade literária.
Camilo Castelo Branco
 É por esta altura que conhece
Ana Plácido, noiva de
Manuel Pinheiro Alves.
 Em 1857, transfere-se para
Viana do Castelo, como
redactor do jornal A Aurora do
Lima.
 Ana Plácido vai também para
lá, a pretexto de apoiar uma
irmã doente, e a ligação entre
os dois torna-se pública.
 Em 1858, sob proposta de
Alexandre Herculano, é eleito
sócio da Academia Real das
Ciências.
Camilo Castelo Branco
 Conhecido o escândalo dos amores
adúlteros, Ana Plácido é posta em
reclusão no Convento da Conceição
de Braga (Julho de 1859), mas ao fim
de pouco mais de um mês foge,
retomando a convivência com
Camilo.

 Após queixa de Manuel Pinheiro Alves


contra a mulher e o amante, Ana
Plácido é presa em Junho de 1860 e
Camilo foge à justiça durante algum
tempo, mas acaba por entregar-se
em Outubro, ficando detido na cadeia
da Relação do Porto, onde é visitado
pelo próprio rei D. Pedro V.
Finalmente, em Outubro de 1861 os
dois são absolvidos pelo juiz,
curiosamente, pai de outra grande
Camilo Castelo Branco
 Absolvidos, vão viver
para Lisboa, onde
lhes nasceria o filho
Jorge .

 Em 1864, falecido
Pinheiro Alves,
instalam-se em São
Miguel de Ceide, na
casa que lhe
pertencera e passara
por herança a Manuel
Plácido, seu pretenso
filho.
Camilo Castelo Branco
Com uma família a
sustentar (Nuno nasce
nesse mesmo ano ) e
sem outros recursos
além dos do seu
trabalho, Camilo faz da
pena o ganha-pão único
numa ansiosa e febril
necessidade de
escrever para viver.
Camilo Castelo Branco
As dificuldades financeiras e os filhos dão-lhe
enormes preocupações: considera Nuno
irresponsável e Jorge sofre de uma doença
mental.
Em 1881, participa activamente no rapto de
uma jovem para a casar com o filho Nuno.
As relações com o filho degradam-se e Camilo
acaba por expulsá-lo de casa em 1882.
Em 1883, atormentado por dificuldades
financeiras, leiloa a sua biblioteca.
Camilo Castelo Branco
Em 1885 , é-lhe finalmente
concedido o título que ele
solicitara em vão, quinze anos
antes — visconde. Em 1888
casa com Ana Plácido. Em
1885 é-lhe concedido o título
de Visconde de Correia
Botelho:
Em 1888, casa-se finalmente
com Ana Plácido.
Camilo passa os últimos anos
da sua vida ao lado de Ana
Plácido, não encontrando a
estabilidade emocional por
que ansiava.
Camilo Castelo Branco
 A progressiva e crescente cegueira (causada pela
sífilis), impede Camilo de ler e de trabalhar
capazmente, o que o mergulha num enorme
desespero.
 Em 1890, a 1 de Junho (Domingo),
desenganado pelo médico relativamente à
sua cegueira, Camilo dispara contra si, no
parietal direito.

Eram 3h e 15m da
tarde. Camilo veio a
expirar às 17h.
Ana Augusta Plácido

 Aos 19 anos de idade, Ana


Augusta casa com um capitalista
da praça do Porto, Manuel Pinheiro
Alves, possuidor de avultados
haveres granjeados no Brasil, para
onde fora rapaz.
 O noivo tinha 43 anos.
 O matrimónio frutificou 8 anos
depois de permanente convivência
conjugal: a 11-8-1858 nasceu um
menino, Manuel Augusto Pinheiro
Alves, que ficaria conhecido por
Manuel Plácido.

Ana Augusta Plácido

 Antes do nascimento da criança, já se falava à


boca cheia das ligações amorosas de Ana Augusta
com o escritor malquisto da classe afortunada e
mercantil, que todavia desfrutava de grande
prestígio nacional
 Denunciada a traição, o marido decide depositar a
presumível adúltera em casa de um respeitável
cavalheiro, Agostinho Francisco Velho, onde se
realizou uma conferência entre os mais íntimos
amigos de Manuel Pinheiro Alves, que ouviram da
boca da pecadora uma terrível confissão: "Camilo é
o homem de quem gosto, e o único capaz de fazer
a minha felicidade" (in Os Amores de Camilo, de Alberto Pimentel, p.
Ana Augusta Plácido

Apesar da pública concubinagem de Ana com


Camilo, Pinheiro Alves manobrou por
interpostas pessoas no sentido de separar os
amantes, talvez na esperança de vir a
reconciliar-se com a esposa, a quem decerto
perdoaria.
A contumácia de Ana desiludiu-o de vez:
aceitando recolher-se ao Convento da
Conceição, de Braga, Ana Plácido só lá
permaneceu 38 dias, findos os quais regressou
à convivência de Camilo. Desesperado, o
esposo traído desencadeou o processo de
adultério no princípio de 1860. Ana Plácido é
Ana Augusta Plácido
 Continuando a corresponder-se, por meio de ardis
engenhosos, com o amante, este decide entregar-se à
justiça no dia 1 de Outubro desse ano, pronto,
finalmente, a compartilhar os infortúnios da mulher que
por sua causa se desviou do caminho da virtude.
Efectuado o julgamento, os réus são absolvidos (16-10-
1861).
 Camilo, entre 1851 e 1890, e durante quase 40 anos,
escreveu mais de duzentas e sessenta obras,
com a média superior a 6 por ano, redigidas à
pena, logo sem qualquer ajuda mecânica. Prolífico e
fecundo escritor deixa obras de referência na literatura
Camilo Castelo Branco | OBRA
 Camilo foi seguramente o primeiro escritor
profissional português.
 Durante quase toda a sua vida activa assegurou a
sua subsistência e a da família, depois de assumida
a relação com Ana Plácido, com os seus trabalhos
jornalísticos e as novelas que publicava em ritmo
frenético: a sua bibliografia ultrapassa muito a
centena de títulos, descontada a profusa
colaboração espalhada pelos jornais da época.
 As suas novelas constituem um painel descritivo, em
tom frequentemente sarcástico, da sociedade
portuguesa do século dezanove.
Camilo Castelo Branco | OBRA
 A sua atenção debruça-se sobretudo sobre uma
aristocracia em clara decadência — material e
moral — e uma burguesia em ascensão, que, aos
seus olhos, se destaca pela boçalidade.
 A obra de Camilo é, em grande parte, um reflexo
do seu próprio percurso biográfico. A agitação, a
instabilidade, os raptos, o conflito entre a paixão
e a razão que encontramos nas novelas de
Camilo, encontramo-los igualmente na vida de
Camilo.
 Camilo vivia da escrita, e para isso precisava
vender, o que implicava obedecer de alguma
maneira às solicitações do público leitor. É essa
sujeição aos gostos dominantes que explica
também a "conversão" naturalista, detectável
nas últimas obras de Camilo.
Camilo Castelo Branco | OBRA
Camilo não permitiu que a intensa produção
prejudicasse a sua beleza idiomática ou
mesmo a dimensão do seu vernáculo,
transformando-o numa das maiores
expressões artísticas e a sua figura num
mestre da língua portuguesa.
Camilo Castelo Branco
 Os Pundonores Desagravados (Poesia) - 1845
 Juízo Final e O Sonho do Inferno (Poesia) - 1845
 Agostinho de Ceuta (Teatro) - 1847
 Delitos da Mocidade (Diversos) - 1847
 Maria! Não Me Mates, Que Sou Tua Mãe! (Ficção) - 1848
 A Murraça (Poesia) - 1848
 O Caleche (Poesia) - 1849
 O Marquês de Torres Vedras (Teatro) - 1849
 O Último Ano de Um Valido (Diversos) - 1849
 O Clero e o Sr. Alexandre Herculano (Polémica) - 1850
 Improviso (Poesia) - 1850
 Inspirações (Poesia) - 1851
 Anátema (Ficção) - 1851
 Salve, Rei! (Poesia) - 1852
 Revelações (Polémica) - 1852
 Hosana (Poesia) - 1852
 Um Livro (Diversos) - 1854
 Duas Épocas na Vida (Poesia) - 1854
 Folhas Caídas, Apanhadas na Lama (Poesia) - 1854
 Mistérios de Liboa (Ficção) - 1854
 A Filha do Arcediago (Ficção) - 1854
 Cenas Contemporâneas (Diversos) - 1855
 Livro Negro de Padre Dinis (Ficção) - 1855
Camilo Castelo Branco
 Doze Casamentos Felizes (Ficção) - 1861
 O Romance Dum Homem Rico (Ficção) - 1861
 Revista do Porto (Diversos) - 1861
 Cenas da Foz (Ficção) - 1861
 Duas Horas de Leitura (Diversos) - 1861
 Poesia ou Dinheiro? (Teatro) – 1862
 Amor de Perdição (Ficção) - 1862
 Memórias do Cárcere (2 vols.) (Narrativa?) - 1862
 Coisas Espantosas (Ficção) - 1862
 Coração, Cabeça e Estômago (Ficção) - 1862
 Estrelas Funestas (Ficção) - 1862
 Anos de Prosa (Ficção) - 1863
 Aventuras de Basílio Fernandes Enxertado (Ficção) - 1863
 O Bem e o Mal (Ficção) - 1863
 Estrelas Propícias (Ficção) - 1863
 Memórias de Guilherme do Amaral (Ficção) - ?
 Noites de Lamego (Diversos) - 1863
 Cenas Inocentes da Comédia Humana (Ficção) - 1863
 Agulha em Palheiro (Ficção) - 1863
 Amor de Salvação (Ficção) - 1864
 A Filha do Doutor Negro (Ficção) - 1864
 No Bom Jesus do Monte (Diversos) - 1864
 Vinte Horas de Liteira (Ficção) - 1864
 Divindade de Jesus e Tradição Apostólica (Diversos) - 1865
 Esboços de Apreciações Literárias (Crítica) - 1865
Camilo Castelo Branco
 Os Pundonores a Viola (Teatro) - 1871
 Voltareis, ó Cristo? (Diversos) - 1871
 Carrasco de Victor Hugo José Alves (Ficção) - 1872
 Livro de Consolação (Ficção) - 1872
 Quatro Horas Inocentes (Diversos) - 1872
 A Espada de Alexandre (Diversos) - 1872
 O Visconde de Ouguela (Biografia) - 1873
 O Demónio do Ouro, em 2 vols. (Ficção) - 1873-74
 Ao Anoitecer da Vida (Poesia) - 1874
 Correspondência Epistolar entre J.C.Vieira de Castro e C.C.B., em 2 vols. - 1874
 Noites de Insónia (Diversos) - 1874
 O Regicida (Ficção) - 1874
 A Vida de José do Telhado (Diversos) - 1874
 A Filha do Regicida (Ficção) - 1875
 A Caveira da Mártir, em 3 vols. (Ficção) - 1875-76
 Novelas do Minho (Ficção) - 1875-77
 Curso de Literatura Portuguesa (Crítica) - 1876
 Cancioneiro Alegre (Antologia) - 1879
 Os Críticos do «Cancioneiro Alegre» (Polémica) - 1879
 Eusébio Macário (Ficção) - 1879
 Suicida (Diversos) - 1880
 Luís de Camões (Biografia) - 1880
 A Corja (Ficção) - 1880
 Ecos Humorísticos do Minho (Diversos) - 1880
 A Senhora Rattazzi (Polémica) - 1880
 Perfil do Marquês de Pombal (História) - 1882
Camilo Castelo Branco
Bibliografia:
CABRAL, Alexandre , Dicionário de Camilo
Castelo Branco, Caminho, Lisboa,2003.
SARAIVA, A.J. e LOPES, O., História da Literatura
Portuguesa, Porto Editora, Porto, 12ª ed., 1982

Sites consultados:
http://www.camilocastelobranco.org/
http://pwp.netcabo.pt/0511134301/camilo.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Camilo_Castelo_Bra
nco

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